segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

As Notas de Vinte Escudos

Hoje, tem sido um dia sombrío!
Não sei porquê,mas quando começo a recordar o passado, a infância, enfim os tempos que vivi de escola de brincadeiras, de jogos de roda e da macaca, lembro-me muito da casa dos meus pais,um lar pobre, tivemos televisão já muito tarde, porque haviam outras coisas de mais necessidade.
- Então no inverno a minha acendia na cozinha o chamado fogareiro para grelhar qualquer alimento e depois ficamos a conversar á volta dele como se de uma lareira se tratásse, era a nossa lareira, o meu pai homem de trabalho, ele trabalhava com uma carroça a transportar materias para as obras,ainda guardo com carinho o seu velho chicote tão polido pelo suor das suas mãos para mim é outra das reliquias que herdei, recordo muita véz as suas mãos calejadas de tanto suor para dár o sustento á familia. Todos os fins de semana eram de agitação para mim, porque era o dia que ele dáva o a semanada á minha mãe para os gastos da casa, e para mim uma notinha verde de vinte escudos com o celebre Santo António, eu ficava feliz e lembro de ter um bom montinho delas guardado! Lembro-me que ele se emocionava um pouco quando me dava aquela notinha que eu tanto anciava, mas cada véz que me dava dizia: "então toma lá pobrezinha não tem ganhos, se eu não lhe dar ela não tem"!
-Estas palavras perseguiram-me toda a vida, e SEMPRE que dei notas á minha filha pensava nas palavras dele, e ás vezes até lhe dizia a ela a conversa do avó.
-Tenho a certeza que ela irá lembrar-se dessas palavras quando se repetir a ato com os seus filhos!
São pequenas coisas que podemos transmitir aos nossos filhos para manter sempre vivo o conceito de familia e sobretudo o exemplo dos que partiram, mas nem por isso deixam de ser nossos!
Eu amava muito o meu pai e ainda hoje ele me fáz falta todos os dias,e recordo-o sempre com as lágrimas nos olhos e muita, muita saudade!

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