segunda-feira, 28 de novembro de 2011

NATAL de INFANCIA


NATAL de 1966

Estamos a menos de um mês do Natal, apesar da crise em que vivemos, de uma forma ou de outra, é inevitável sentirmos esse espírito doce e quente, que nesta altura do ano se manifesta com maior intensidade, e parace que por magia, aproxima mais as pessoas.
- Há quem diga, que todos os dias podem ser dias de Natal, ou que Natal é sempre quando o homem quiser, mas na verdade, é nesta altura do calendário, que ele é comemorado no mundo, e nos corações das pessoas.
- Todos sem excepção, temos "MEMÓRIAS" dos  nossos Natais passados, sobretudo de quando éramos crianças.
- Quando eu era criança, nunca tive brinquedos como as crianças de hoje, além dos meus pais serem muito pobres, naquela altura as brincadeiras resumiam-se a jogos entre os amigos da nossa rua, ou da escola, desde a cabra-cega, até ao paninho queimado, era assim que passávamos o tempo, tempos inocentes, bem diferente de hoje, pois os nossos quartos não estavam certamente recheados de Barbis ou de jogos de computador, que nem sequer existiam na época. Mas mesmo assim, seria na altura do Natal que o famoso homem de barbas brancas, no qual acreditei até bem tarde, me poderia trazer algum brinquedo desejado. E eu esperava.......esperava.....ansiosamente, até àquela noite de 24 de Dezembro, em que o Pai Natal, iria descer na chaminé de fogo de lenha, da velha cozinha dos meus pais, e realmente, como por magia, ele deixava lá umas  coisinhas tão aguardadas.
- Recordo-me com muita saudade dessa altura da minha vida, saudade essa, que hoje torna-se ainda mais dolorosa, porque os meus pais já partiram, e esses Natais, serão sempre doces, mas com lembraças, ainda mais sentidas. 
-  Houve um desses Natais, que se tornou tão especial, que ainda hoje guardo com carinho esse presente, que hoje partilho aqui convosco. Na altura estava muito na moda, os famosos bonecos chorões, uns maiores e outros mais pequeninos, os maiores seriam logicamente mais dispendiosos, os pequenos custavam na altura a quantia de cem escudos, o que seria um valor muito alto, e estou a falar de 45 anos atrás, seria uma nota preta, mas mesmo assim a minha tia e madrinha de nome Teresa Filipe,( um dia vou contarvos a história dela) que já partiu também, fez o carinho de me o pôr no sapatinho, este velho boneco, que me acompanha durante 45 anos da minha vida. As roupinhas, não são as de origem, essas eram de tecido, estas foram tricotadas à mão por uma outra tia que também já cá não está. Enfim.....são mimos de vida!
- Guardo alguns brinquedos da minha filha, que felizmente teve uma infancia repleta deles, bem diferente da minha, mas o valor das coisas normalmente está sempre naquelas mais pequenas, se eu na altura tivesse tido muitos brinquedos, talvés hoje este chorãozinho, não tivesse a importancia que tem, possivelmente, teria-o perdido pelo caminho, na confusão de muitos outros, assim sendo, o meu boneco chorão, que o Pai Natal me deixou no sapatinho, que coloquei com os meus 4 anos na velha chaminé, hoje tem o mesmo valor que teve nessa altura, só que um sentido muito mais doce e quente......afinal ele simboliza o meu mais importante Natal de Infancia.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O TEMPO do próprio TEMPO


DEIXE PASSAR O TEMPO

DÊ TEMPO À VIDA

- Nada como um dia a seguir ao outro!
- Nada há que o tempo não ajude a resolver ou a atenuar!
Sofrimentos, memórias, vivências, momentos.....enfim.....pedras no caminho, o TEMPO, esse grande senhor do momento, que tudo ajuda a clarear, a adormecer, a amenizar em nosso coração e em nossa mente.
- Só ele, o TEMPO, é capaz, de nos levar a arrumar no nosso cantinho mais secreto, os perdões que havíamos pensado imperdoáveis, as raivas e ódios sentimos que outrora pensamos que seriam para a vida;  a dor da perda de alguém, essa mancha negra que nos invade a alma em momentos de desespero, nos faz chorar e querer desaparecer no infinito, também essa, só o TEMPO a suaviza, transformando-a por vezes numa doce e terna  lembrança, tão doce que ao a recordar-mos esboçamos um sorriso de cumplicidade. Há dias que estou dedicada às cumplicidades que habitam em mim, a pensamentos e presenças que são minhas, pelas quais vivi alegria e dor, mas hoje o TEMPO, transformou-as em "MEMÓRIAS" vivas e presentes na minha vida.
- O TEMPO, esse que nos controla, nos impõe e por vezes no sufoca, é também aquele bom amigo que é capaz de nos mostrar que afinal, tudo teve o seu TEMPO, mesmo fora do nosso controlo, esse TEMPO leva-nos à razão e elucida a consciência, clarificando a tal escuridão da dor.
- Por isso mesmo, à que deixar andar, à que deixar passar, saber esperar  é uma virtude dificil para os mais apressados, mas é inevitável DAR TEMPO ao PRÓPRIO TEMPO!
- A própria vida é uma correria no TEMPO, mas nunca conseguirá, andar à frente dele. Por vezes pensamos que vivemos na linha limite do segundo, mas esquecemo-nos que os segundos formam minutos, estes formam horas, dias, anos .....enfim TEMPO, e é esse limite do nosso TEMPO, que nunca sabemos quando chegará.
- Viva um dia de cada vez, tente que seja da melhor forma que sabe e que pode, só assim conseguirá entender o valor de cada dia, de cada momento unico, que nunca se repetirá enquanto o seu TEMPO durar.
- Por isso viva hoje! Amanhã será lógicamente outro dia, mas isso só chegará a seu TEMPO.
- Enquanto o seu TEMPO durar, faça-me um favor: SEJA FELIZ

sábado, 22 de outubro de 2011

SAUDADE de TI



SAUDADE DE TI

- Olá, como estás?
- Como tens passado nesse novo mundo para onde partiste,  deixaste-me  tão triste e com tanta falta de ti. Imagino-te sentada num banco branco de um jardim distante, cheio de relva fininha, com muitos lagos de água límpida  ao redor, e árvores repletas de passarinhos cantando melodias para te transmitir paz e descanso merecido.
- Afinal foste uma sofredora, e de certa forma eu sei que não foste uma mulher feliz, isso estava bem presente no teu dia a dia, nas tuas atitudes, e na forma como nos tratavas, embora nos amasses, mas poucas vezes nos mimavas e eu sei que escondias os teus sentimentos de afectos calados e muitas vezes submissos; Hoje entendo que nunca te quiseste dar a oportunidade de sorrir à felicidade, resolveste assumir uma postura triste na vida, e ao mesmo tempo vitimizaste-te de um destino que não seria o que escolherias.
- Mas isso é passado, só vivemos uma vez aqui, e o que é certo é que a tua vida, deu direito à minha, por isso mesmo, estes  últimos dias têm sido um pouco complicados para mim, tenho pensado muito em ti, talvez até demasiado, não é que não mereças, mas tem sido realmente as circunstâncias que se avizinham, as culpadas da minha angustia, sofrimento, mas sobretudo SAUDADE DE TI.
- Tens me feito realmente muita falta, recordo os teus olhos pequeninos a fitarem os meus, o teu farto cabelo castanho sempre bem arranjado, e a tua pele perfumada e hidratada com o teu creme "Benamor" que sempre te conheci usar, eras um pouco vaidosa, mas ficava-te muito bem esse cuidado.
- Fez quatro anos que partiste, e levaste um pouco de mim contigo, deixaste-me um pouco mais desmembrada, porque já havia perdido o meu pilar, depois,  com a tua partida vacilei, e o apoio faltou, senti até que poderia cair, os grandes ramos da minha árvore, haviam desaparecido, e tenho tentado me apoiar nos ramos mais pequeninos, bem mais frágeis, mas todos com o mesmo carisma de humildade.
- Ultimamente, tens sido presença assídua nos meus dias e também em alguns dos meus sonhos, os quais me atormentam um pouco, porque não sei o que significam, ou se precisarás algo de mim, perturba-me fortemente pensar nisso, sabes bem que nunca quis que te faltasse nada, mas ás vezes ainda penso que te poderia ter feito mais algumas coisas, afinal nunca somos suficientemente bons em tudo, e logicamente deve ter havido alturas em que esperavas um pouco mais de mim, desculpa, talvez eu não tivesse percebido, sei que sabes que não foi por mal.
- Sabes que gosto de escrever umas coisinhas, sobretudo positivas, ultimamente, não o tenho feito, porque tenho andado um pouco triste e pensativa a teu respeito, e não queria escrever frases de amargura, mas hoje, senti mesmo que teria que PARTILHAR o que me vai na alma, e realmente assim, tudo fica um pouco mais leve, embora continue triste.
- A SAUDADE DE TI, é imensa, gostaria de ter oportunidade de te voltar a ver, tenho muitas coisas que gostarias de saber e ouvir de mim, embora eu acredito que tu de onde estás possas ver e saber de tudo, mas se te contasse pessoalmente, estaria mais certa disso, e além das novidades que te daria, ao mesmo tempo mataríamos saudades uma da outra.
- Hoje vou tentar encontrar nas minhas estrelas o teu rosto, porque as saudades são muitas, e gostaria de ver o teu sorriso.
- TENHO  MUITA  SAUDADE  E  FALTA  DE  TI  MÃE!!!

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

"Return to innocence"



REGRESSO À INOCÊNCIA


Há quanto tempo!!!
Há realmente muitos anos!!!
- Foi precisamente no dia 7 de Outubro de 1968, eu tinha a tenra idade de 6 anos de vida, no entanto recordo-me como se fosse hoje, passados exactamente 43 anos!
- Anos esses que deixaram marcas físicas em mim, ditadas pelo tempo, embora a minha mente preserve tudo o que se passou naquela manhã de 7 de Outubro.
- Pela manhã as ruas enchiam-se de verdadeiros bandos de pombas e pombos brancos, com rumo à Estrada de Alvor, onde se situa a antiga Escola Primária de Portimão, dava--se assim inicio a mais um ano lectivo, e era o meu primeiro dia de aulas.
- Nessa altura todos usávamos batas brancas, como a neve, de preferência com as iniciais do nome, recordo-me perfeitamente das minhas iniciais bordadas a cor de rosa,  com letras de caligrafia, no canto superior esquerdo, na mão levava uma pequena pasta de cartão de cor cinzenta, com os desenhos do TOM & JERRY, assim como a  carteirinha dos lápis a condizer, tudo isto foi-me ofertado pela minha madrinha de baptismo.
- Nesse dia, por volta das 8.30 horas, na companhia da minha amiga Isabelinha, (Isabel Elias) e da minha mãe, lá saimos de casa em direcção à escola, tamanha era a agitação, a adrenalina, e ao mesmo tempo, o nervosismo do primeiro dia, de muitos de uma caminhada, que só não foi maior, porque as condições de vida dos pais  não o permitiram.
- A Escola, era um mundo aos meus olhos inocentes de criança, era composta por dois amplos pavilhões de oito salas cada um, sendo quatro salas no r/c e as outras quatro no 1º andar. As salas eram tipicamente de escola antiga, o chão de madeira, lareira ao canto, as secretárias, era as chamadas "carteiras", em madeira, inclinadas, com o banco duplo incorporado na mesma, e com tinteiros para tinta permanente no topo.
- Na parede em frente, havia uma quadro  enorme, em ardósia preto, e mais acima, em jeito de decoração,  uma cruz, com Jesus Cristo, assim como as fotografias de Américo Tomáz e António de Oliveira Salazar, ministro e chefe Estado do, do antigo regime Salazarista, da altura.
- As salas tinha todas práticamente a mesma dimensão e eram todas decoradas da mesma forma.
- Nessa altura, as turmas não eram mistas, os rapazes ocupavam o primeiro pavilhão, e as meninas o segundo, e nem no recreio se juntavam, uma vez que os espaços exteriores eram também dividos.
- A minha professora, chamava-se D. Luziete dos Reis Correia, e acompanhou-me durante os quetro anos da Escola Primária, ainda hoje tenho presente os seus sábios ensinamentos, ainda sou do tempo em que se aprendia, as linhas férreas, as serras, os rios, as colónias Portuguesas em Africa, e tudo o que a elas dizia respeito, naquela altura a 4º classe era seguramente concluida, com um ensino muito mais alargado do que nos dias de hoje.
- As horas do recreio, eram sem duvida os melhores momentos passados na Escola, organizavamos jogos de roda, do elastico ou  da macaca, as enormes arvores frondosas que lá existiam, tornaram-se como casas para nós, e era realmente debaixo destas arvores que nos juntavamos em grupinhos de brincadeiras e jogos de inocência, tão pura, que nunca dariam azo a maldades nas nossas cabecinhas infantis, tão diferentes dos dias de hoje.
- Ainda sou amiga da minha colega Isabelinha, a vida dela seguiu um percurso diferente do meu, teve outras oportunidades que eu não tive, mas uma coisa temos em comum, e essa, a  vida, nunca nos conseguirá tirar, é precisamente a "MEMÓRIA" dos nossos tempos de Infância e da nossa Escola Primária.
- A Infância é sinonimo de Inocência, hoje, talvez, por pensar que  conheço muitas coisas menos boas não me importaria de RETORNAR À INOCÊNCIA!




quarta-feira, 28 de setembro de 2011

DOCES ou AMARGAS


NA DOR DE UMA LÁGRIMA

- Já vi tantas espreitarem como que envergonhadas!
- Já vi tantas tentarem ficar presas, onde eu sei que teimam em soltar-se!
- Já vi muitas de amor, ternura imensa, gratidão. afeto desmedido, paixão e saudade!
- Vi também imensas de dor, mágoa ansiedade e sofrimento sem fim, algumas delas em tristes horas de pura agonia, que só de me recordar me levam a ELAS também!
- Brotam sem sequer pedir autorização, muitas vezes sem um simples aviso, traem-nos, nos momentos muitas vezes inoportunos, como se fossem pequenos ribeiros  ou cascatas vivas,  num percurso que já conhecem.
- Indiferentes a raças, cores ou credos, são todas iguais de aparência, mas cada vez que que se soltam diferem de sabor e de sentido!
- Assim que nascemos, são realmente ELAS que anunciam a vida, vêm acompanhadas de altos sons e provocam logicamente, muitas outras de alegria, esperança e amor, sendo estas muitos mais silenciosas, ternas e doces.
- Muitas vezes surgem na emoção, na cumplicidade em fortes e doces afetos de felizes momentos, mas as tristes, as amargas, ESSAS surgem na angustia, na saudade ou no sofrimento.
- ELAS existem como a própria forma do ser, naturalmente, mas já me disseram que o Ser Humano explodiria se não as derramasse em certas ocasiões, e concordo plenamente com a figura de estilo aplicada. São realmente uma forma de expressar EMOÇÕES sentidas durante o percurso da nossa caminhada de VIDA!
- Sentir EMOÇÕES é viver, é PARTILHAR é sobretudo SER HUMANO e real, sozinho ou acompanhado, ELAS existem quando há realmente sentimento e alma!
- ELAS, as LÁGRIMAS, muitas vezes atenuam a dor, acalentam o sofrimento, lavam a alma, nos momentos de tempestade e desvario, estas são as realmente AMARGAS, e são estas que muitas vezes perduram na nossa vida, apenas com uma lembrança de dor ou saudade!
As outras, as doces, são LÁGRIMAS de amor e ternura, de sentimentos de euforia, sucessos, vitórias,  e vêm acompanhadas por sorrisos de felicidade,  breves, momentâneas, e normalmente esquecem-se,  não se repercutem no tempo, bem diferentes das amargas, pois essas são para toda a vida!
- Já senti  nos meus olhos, e em muitos olhares LÁGRIMAS espreitarem, olhos brilhantes de EMOÇÃO, já vi as luzes ténues de olhares tristes,  de  definitivas despedidas, que nunca me esquecerei, mas tenho sempre um olhar brilhante de dádiva, quando me cruzo com olhos de HUMILDADE!
- Chore quando precisar, mas nunca se esqueça de sorrir!
Afinal......são LÁGRIMAS.......LÁGRIMAS..........LÁGRIMAS!!!!  









sexta-feira, 23 de setembro de 2011

"MOMENTOS AMARGOS"

TEARS IN HEAVEN

Diazinhos complicados!
-Ás vezes a vida e a dedicação aos nossos, proporciona-nos situações deveras complicadas, e muito dificeis de gerir e de agir, embora não nos deixem alternativa.
- A minha mãe partiu, há precisamente quatro anos atrás, e eis que agora é chegado um momento dificil e sobretudo doloroso, para quem sente e vive emoções bem fortes, mesmo em relação áqueles que já cá não estão fisicamente, mas em nossa consciência continuamos com um dever moral, ao qual não podemos virar simplesmente as costas, ou ignorar, podemos pensar que tudo o que se possa fazer, de nada valerá, mas algo mais profundo se impõe e nos leva a querer que ainda há algo a cumprir, para que possamos sentir um pouco uma páz de quem fez tudo INCONDIIONALMENTE.
- Dentro de dias vou assistir na primeira pessoa, ao levantamento daquilo que restou, daquela que me deu vida e me pôs no mundo, simplesmente para ter em minha conscência, a certeza que é ela, que não houve uma troca de identidade, que poderia acontecer sem intenção, e com todas as normas legais e necessárias, vou acompanhar o que resta da minha mãe no percurso de Portimão para Aljezur, embora ela pertencesse a Portimão, esta foi a minha opção, e sei que ela gostaria.
- Sei que para muitos, podem não valorizar este tipo de atitude, afinal, como dizia o poeta, todos somos " Pó, cinza e nada" , mas para alguns, ainda existem certos principios que nos ensinaram, aos quais nunca poderiamos ficar alheios.
- Eu sempre assisti na familia a preservar com carinho a imagem daqueles que partiram, mas nem por isso deixaram de serem nossos. Nunca seria possivel, me esquecer, ou banalizar a memória daqueles, que  neste caso especifico, deixaram cair um dia, uma semente de VIDA, na tal BAÍA de ÁGUA MORNA  cheia de pétalas de rosa, ( consultar texto, SEMENTE DE VIDA) que deu origem a mim própria, ao meu JARDIM de VIDA (texto), assim como aos meus CRISTAIS GRANDES E MIUDINHOS, ( texto) para não falar na minha DÁDIVA de HUMILDADE.
- Interessante................. ao PARTILHAR convosco este texto, apercebo-me que "MEMÓRIAS", é composto por vários textos, mas quase todos eles derivam da mesma origem do ser, e vão se completando ao longo de VIDA. Recordam-se perfeitamente das histórias  reais que vos contei dos meus pais desde que nasceram, até aos CRISTAIS de LUZ, onde nestes CRISTAIS, já fazem parte os MIUDINHOS, que serão os bisnetos dos meus pais, ( CAMILINHA), assim sendo estas simples narrativas que vos conto, são histórias sucessivas da minha VIDA.
- Quando se PARTILHA, tudo fica mais fácil! E podem acreditar, que hoje tem sido um dia complicado e posso mesmo dizer, dificil para mim, mas ao escrever este pequeno texto, ao dividir convosco esta mágoa que me ofuscou o sorriso e apertou o peito, tudo ficou mais leve, mais real, e ao mesmo tempo um pouco mais facilitado.
-  PARTILHAR é DIVIDIR!
- Por isso DIVIDA sorrisos, emoções, ou LÁGRIMAS!
- Tudo se tornará muito mais suave aos seus sentidos!



sábado, 3 de setembro de 2011

QUANDO um DIA eu FOR GRANDE!


Qualquer dia, quando eu for grande, quero mudar o mundo!
- Como qualquer criança que sonha na sua infancia, em ser policia, astronauta, ou jogador de futebol, eu, na minha consciência, também me sinto criança e imune ao que se passa ao meu redor, e no mundo onde me encontro inserida.
- Sinto-me muitas vezes um parasita, por poder fazer tão pouco para mudar, ou melhorar aquilo que me perturba, fere e magoa, situações que já começam a ser tão frequentes que os mais desatentos  e ocupados até consideram banais.
- Quando um dia eu for grande, queria acabar com a guerra, a fome a miséria, as condições desumanas em muitos seres de carne e osso como eu vivem ou vegetam no seu dia a dia à espera de um fim anunciado. É realmente um desalento na minha mente, pensar que tenho na minha mesa as iguarias que aprecio, e muitos nem têm acesso a um copo de água, a situação na Somália e degradante.
- Situações de miséria extrema, fruto de guerras e de interesses entre os homens!
E entre o homem e os animais? Existem pessoas que simplesmente por diversão matam, torturam animais inocentes, tornando-os vitimas em  exibições de festas e concursos de morte. Ultimamente tenho assistido a vários vídeos publicados no YouTube demonstrando maus tratos a animais, alguns deles têm me levado às lágrimas, realmente é desumano o que alguns considerados humanos praticam.
- Quando  um dia eu for grande, quero poder proteger todos aqueles desprotegidos, tanto pessoas como animais, quero construir um casa onde o telhado serão as estrelas, e as paredes serão os meus braços para apertar e mimar, quem nunca a isso teve direito, quero plantar o próprio trigo, para que nunca falte o pão, pão esse que irá ser servido numa mesa feita de flores, num jardim qualquer onde as torneiras sejam regatos e cascatas de água pura que matem a sede incesantemente.
- Quando um dia eu for grande, vou subir ás montanhas em busca de todos aqueles passaros que as mães  deixaram cair pelo caminho, e acolhê-los entre as minhas mãos!
- Quando um dia eu for grande, vou percorrer becos e vielas à procura de mendigos e famintos, e conduzilos a um celeiro farto, onde nunca acabará o amor e onde irá crescer a sua dignidade perdida.
- Quando um dia eu for grande, acordo, e vou deixar de sonhar!
- Por isso prefiro continuar a ser criança, para manter o meu sonho!




Prefiro a minha ingenuidade e sonhos de criança, à minha lucidéz de adulto
Neste mundo "cão" quero ser eternamente criança!""


terça-feira, 23 de agosto de 2011

"O Meu Amigo GERD BECKER"


O MEU AMIGO GERD BECKER 


Intitula-se como cientista, mas a sua profissão é Oceanografo, mas eu sei realmente que ele é um autodidáta e um homem da ciência, conhecedor de mares, da vida e do mundo.
- Conheci este senhor há bem mais de uma década, e entre nós, houve desde o inicio uma grande apatia, que aos poucos e com o decorrer dos anos deu direito a uma grande amizade, confiança, e cumplicadade, sou realmente muito próxima e amiga do meu vizinho Becker.
- Posso vos dizer que partilhamos cumplicidades de vida, atravez de muitas dezenas de horas em conversas que nunca se esgotam. Conversas de conhecimentos vividos, sentidos, sem receios.
-A sua nacionalidade é Alemã, vive nos arredores da grande cidade de Hamburgo, comunicamos em Ingés, sendo o seu discurso em Inglés completamente repleto de um forte sotaque Alemão muito distinto, mas que aprendi a entender com enorme facilidade.
- Becker conhece de tudo um pouco, este grande senhor, com quem  tenho o prazer de privar, pode-se considerar uma enciclopédia de vida. Conhecedor de mares como ninguém, navegou durante toda a vida em todo o mundo, fez do navio a sua casa, cruzou mares, oceanos e portos ao serviço do governo Alemão, ao qual dedicou toda a sua capacidade e esperiência. Conta-me histórias vividas a bordo, com um entusiasmo tal que quase consigo viver as mesmas, dias de tempestade e mar revolto, dias de sustos e também muitos de glórias e  calmas baías, conseguindo atraves das suas admiraveis palestras, sempre acompanhadas de um bom vinho, transportar-me por sitios que nunca conheci, mas atraves dele consigo integrá-los no meu imaginário e vivê-los também, permitindo-me sonhar.
-A sua familia viveu os tempos de Hitler,e dos seus ideáis perversos, os quais o meu amigo não consegue entender, mas sabe explicar o que ia na cabeça de uma mente tão perversa, fria e calculista, que lançou pavor, terror e pânico numa Alemanha então dividida.
-Assistiu à queda do Muro de Berlin, dando assim lugar a uma Alemanha unificada e livre, diz-se um Social Democrata não concordando muitas vezes com os meus ideáis Socialistas, mas respeitamo-nos mutuamente.
- Na casa dele, é como na minha, lá cozinho, lá descanso, lá durmo se me apetecer, cuido dela como se de minha se tratasse, conheço todos os cantos e tenho acesso a todo o seu conteudo.
- Confio plenamente neste amigo que muito brevemente completará setenta anos de vida, aconselho-me com ele muitas vezes,e muitas vezes também, tem me ajudado a evitar as lágrimas, noutras partilhamos boas e espetaculáres gargalhadas.
- Poderia levar dias a falar do meu amigo Becker, que nunca se esgotariam as palavras, mas vou apenas dizer-vos, que amigos verdadeiros, são aqueles que perduram ao longo da nossa vida, mesmo sem estarem presentes fisicamente, estão lógicamente sempre no nosso coração, e este é mais um dos grandes que tenho na vida.
- A familia, nós não escolhemos, mas os amigos esses sim, são escolha nossa.
 Thank you Gerd, for everything, you are very special in my life


sexta-feira, 5 de agosto de 2011

"DEUS" de SERVIÇO!

   YOU´LL BE IN MY HEART
Em muitos momentos da vida  me tenho  questionado se ele existe mesmo a sério, na minha mente e no meu coração.... ou não!
 Na agitação do quotidiano todos vivemos num vai e vem de tal modo atribulado que temos tendência a banalizar ou  aprofundar certas crenças ou credos. Muitas vezes dou por mim a pensar que fui embalada numa religião, a qual pratiquei ao longo dos anos por um hábito que me atribuíram na vida, sem que eu própria tenha tido tempo de parar e pensar qual seria a minha verdadeira identidade como crente num Deus que aceito, num conceito de força e luz tão fortes sobre a minha mente, que poderão levar a atingir patamares de capacidades em mim, muitas vezes inimagináveis.
- Ás vezes, penso, que se Deus realmente existe, e nos domina de outra dimensão, como é possível ele descuidar a humanidade de tal forma que dê direito à fome, à violência ou à guerra , será que a sua ocupação é tal com o mundo, que se esquece dos humanos, sendo eles parte integrante desse mundo?
- Hoje definitivamente consigo perceber, que aquela força que me invade o peito e à qual me agarro para seguir o meu  percurso, não é definitivamente o Deus de credos ou crenças, mas sim uma imagem unica que consigo construir na minha mente, repleta de lucidez, incentivo, amor e dádiva. Essa sim, é realmente aquela que me move, me tira das trevas nas alturas cinzentas da vida, e me leva ao êxtase em momentos de euforia.
- Essa fonte inesgotavel de incentivo e força, assim como um pensamento liberto, forte mas sobretudo positivo, faz com que sempre, mas mesmo sempre permaneça no coração uma fé de coragem e promessas na vida.
- A maior parte das pessoas, vivem numa rotina de conceitos onde perduram  habitos, e nunca pararam para pensar pela lógica de um conhecimento cientifico em relação ás nossas vidas ou ás nossas capacidades como humanos, por isso a maioria deixa tudo nas mãos de Deus, ele que resolva os nossos problemas, quando as soluções começam a ser discodificadas numa parte minuscula do nosso cerebro, e como humanos racionais, temos todas as condições de as aplicar no nosso dia a dia.
- Não estou de forma nenhuma a menosprezar alguma religião, cada um é livre de crer, ou acreditar, naquilo que bem entende, eu pela minha parte, acredito na força do meu Deus, que  eu construi no meu coração, assim como na minha capacidade de descirnir pensamentos, ou criar imagens na minha mente consciente de uma força e luz tamanhas capaz de operar em mim, coisas tão boas a que posso chamar milagres, assim como soluções para eventuais percausos de vida.
- Todos nós sabemos, que a imagem que construimos na nossa mente, é a que nos gere no nosso dia a dia, se pensarmos em desgraça e em situações negativas, nunca nada nos correrá bem, se sentirmos odio ou indiferença no coração, a vida é realmente uma tristeza. Por isso mesmo construa na sua mente apenas imagens positivas, e mantenha sempre no coração, a fragilidade do amor, como presença viva em si, e só assim conseguirá sentir EMOÇÕES.
- O nosso Deus é aquele que nos protege, ilumina e ilucida, todos nós temos capacidade de sentir "UM CALORZINHO NO CORAÇÃO" ( ver texto), e termos em nós um DEUS, de serviço 24 HORAS por dia.
- Acredite em si próprio!
- Todos somos capazes!
Realmente o meu DEUS, existe em mim!

sexta-feira, 29 de julho de 2011

MEMÓRIAS VIVAS!

SITIO de RASMALHO - PORTIMÃO
Aqui situava-se a casa dos meus avós maternos


Hoje dei comigo a recordar-me dos domingos de verão da minha infância.
-De manhãzinha, ainda com o fresco do nascer da aurora, lá embarcávamos na viatura do meu pai, a celebre carroça pintada de cores bem coloridas, com pormenores de tracejado, puxada por uma mula, que de tão bem alimentada, quase não cabia nos varais, sendo isso era grande motivo de orgulho para o meu pai.
- Partíamos da nossa morada de família com destino à casa dos meus avós maternos, no sitio do Rasmalho, com a carroça bem apetrechada de iguarias para o repasto de toda a família, recordo-me perfeitamente do popular arroz de frango, que a minha cozinhava de uma forma muito simples, mas que tinha um sabor difícil de igualar, e que eu ainda hoje não esqueço, um garrafão de vinho tinto, uma gasosa de 1.5l, assim como uma enorme melancia que era colocada dentro da ribeira para refrescar, os meus avós não tinha frigorífico, pois não tinham acesso a luz eléctrica.
- O meu avó Manuel Filipe, homem de estatura baixa e calvo aguardava-nos logo ao passar do ribeiro, porque o meu pai não passava com a carroça para a outra margem.
- Soltava a mula, e passávamos todos a ribeira pondo os pés em cima de pedras que faziam de passadeira que nos davam acesso ao lado  onde se situava a velha casa dos meus avós, a mula essa pela rédea, molhava as patas até aos joelhos.
- Ao chegar à casa, no cimo do monte mais baixo, a minha doce avó Ana da Conceição, aguardava-nos com um sorriso, o mesmo carinho de sempre e claro.....aquele abraço.
- O meu pai, aproveitava para ajudar um pouco o meu avó no campo, em alguns serviços que ele já teria dificuldade em executar, recordo-me perfeitamente de ele lavrar a terra com um velho arado tipo charrua, a minha mãe e a minha avó ficavam em casa à conversa e a finalizar algum preparativo para o almoço que iriam juntar ao farnel que a minha mãe já levava confecionado.
- Eu, bem pequena, talvez com 4 anos deliciava-me a correr pelo barranco, a apanhar pequenas flores silvestres e malmequeres, em frente à casa havia um malmequer enorme, branco e amarelo que a minha mãe havia plantado antes de eu nascer, segundo me contou.
- Recordo com saudade a parte de traz da casa, onde existia uma velha pocilga e uma grande azinheira, onde eu me podia deliciar com as bolotas cruas, bolotas essas, que a minha avó tambem enviava numa linha, de forma a fazer colares, e pendurava na parede junto ao sitio onde fazia lume no chão, essas ficavam uma delicia, pareciam torradas.
- À hora marcada, por volta do meio dia, sentavamos para o almoço de familia, e convivio desejado.
- Após o almoço o meu pai muitas vezes se deitava sobre o poial que existia junto à parede da frente da casa e dormia muitas vezes uma cesta merecida.
- Ao fim da tarde, estava na hora de pôr os arreios na mula e atrelar de novo a carroça, para fazer a viagem de regresso a casa.
- Depois de passar de novo a ribeira, os meus avós ficavam tristes na outra margem, acenando de mãos no ar e desejando uma boa viagem, assim como agradecendo o Domingo em Familia.

Ps -  Os meu avô, faleceu aos meus 6 anos de vida e a minha avó aos meus 8.
- Os meus avós paternos, Inácio Duarte e Maria de São José, nunca os cheguei a conhecer, quando nasci, já eram falecidos.

A nossa vida é feita de "MEMÓRIAS"!
"MEMÓRIAS" são momentos que vivemos, e na altura não lhes damos grande importancia, mas a nossa mente registou e guardou-os tão bem ao longo dos anos, que em certos dias presentes, continuam a ser "MEMÓRIAS" VIVAS, como estas que tive hoje!




terça-feira, 26 de julho de 2011

" TODOS IGUAIS.....TODOS DIFERENTES "

É com todo o prazer que partilho convosco este pequeno mapa, que consta nas estatísticas do nosso "MEMÓRIAS", e onde podemos verificar nos espaços a verde, onde hoje este blogue foi lido, e está a ser seguido, realmente já somos muitos em todo o mundo a seguir "MEMÓRIAS".
- "MEMÓRIAS", nasceu de um sonho e de uma vontade enorme de partilhar emoções de vida, passadas, vividas, presentes e até sonhos futuros.
- Muitas vezes são simples banalidades da minha vida, que de uma forma ou de outra, atraíram a minha atenção mais profunda, que de uma forma ou de outra tocaram num ponto sensível em mim, despertando assim EMOÇÕES.
- Os comentários a este blogue, têm realmente sido muitos, sobretudo atravez de email, normalmente são comentários de reconhecimento, e sobretudo de pessoas que tal como eu trabalham em relações humanas  no seu dia a dia as EMOÇÕES de VIDA.
- A critica também em alguns textos tem surgido, sobretudo  em alguns relacionados com  ideais políticos da minha parte, agradeço também essa critica, isso é realmente importante também, afinal nós somos todos IGUAIS, mas todos DIFERENTES, e é precisamente por essas diferenças, que somos HUMANOS IMPERFEITOS ( consultar texto).
- Tive conhecimento que já foi comentado, que eu tenho a mania que sou escritora!
- Quem me conhece, sabe realmente que nunca tive nem terei essa pretensão, se assim fosse, poderia seguir outros caminhos, o único objectivo deste nosso "MEMÓRIAS", é unicamente a PARTILHA de sentimentos de VIDA, nada mais além disso.
- Já me acusaram de publicar constantemente o link do blogue em várias páginas de redes sociais a que pertenço, quanto a este comentário, só tenho a dizer que ninguém é obrigado a abrir o link e ir ler um assunto que não lhe interessa. Mas ás vezes chego a ter duvidas, se interessa ou não, logicamente que há sempre pessoas sem escrúpulos e de uma cultura muito baixa, onde o único objectivo é a difamação, mas isso é um assunto que não me atinge,  vivo de EMOÇÕES positivas,  e são realmente essas que procuro ter, e nunca iria construir na minha mente imagens negativas por assuntos sem assunto.
- Finalmente quero deixar aqui um enorme agradecimento a todos, de uma forma ou de outra, todos são importantes.
- Agradeço a todos os elementos do Grupo - "MEMÓRIAS" - Seguidores, que com todo o carinho vão me dando força e incentivo para continuar, assim como o prazer enorme de eu e vocês, juntos, podermos PARTILHAR aquelas coisinhas  que todos sentimos em nós, mas nem sempre temos coragem de as partilhar,  essas, são realmente as verdadeiras, as mais importantes, são as EMOÇÕES DE VIDA, e todos devemos vivê-las com a máxima intensidade.
SEJAM FELIZES, VOCÊS  SÃO GRANDES!!!
   BEM HAJA A TODOS
VOCÊS SÃO MUITO IMPORTANTES NA MINHA VIDA
FÁTIMA DUARTE

sexta-feira, 22 de julho de 2011

CRISTAIS GRANDES e MIUDINHOS




Eu tenho na minha vida LUSTRES DE CRISTAIS GRANDES E MIUDINHOS, são realmente lindos, maravilhosos e cheios de luminosidade. Brilham com uma luz natural, brilham através  da luz que recebem do sol para sobreviverem na perfeição , mas a sua luminosidade própria quase seria a suficiente para eu poder ver o quão resplanescente é o seu brilho. Brilham na minha vida, de uma forma constante e permanente, aquecem-me a alma e iluminam-me os sentidos, fazem-me pensar que só por eles, já valeu pena a minha existência.
- No grande salão do imaginário da vida, eu posso desfrutar dessa luz repleta de cristais brilhantes e lapidados na perfeição, são relíquias presentes com "MEMÓRIAS" de passados que já brilharam na vida, mas permanecem nos recantos aconchegantes da minha alma e ajudam a completar a minha consciência que por vezes teima e insiste em ser inconsciente.
- Cristais maiores em forma de clareira, para iluminar a minha estrada e me fazer chegar à lucidez das origens a que pertenço, de onde realmente vim, podendo constatar que esses  cristais cheios de brilho, pertencem, derivam realmente, ou por afinidade dessas mesmas origens.
- Cristais miudinhos, frágeis, ternurentos, indefesos, com sorrisos do tamanho do mundo e com luz brilhante da cores suaves do arco-íris, promissor  de continuidade de vida e promessa futura de LUSTRES MAIORES.
- Eu tenho LUSTRES GRANDES E MIUDINHOS na minha vida, que preservo enquanto ela for vida, e quem sabe, talvez para além da mesma, como forma de clarão de luz demarcando um espaço que é meu, e que a própria natureza não me poderá negar.
- Lustres repletos de filamentos de vida que me unem ao caminho de onde vim e me elucidam a toda a hora a origem a que pertenço, filamentos que são veias de marcantes da mesma árvore, que já foi presença viva, mas continua brilhando no meu imaginário.
- EU TENHO LUSTRES GRANDES E MIUDINHOS, onde nunca se acaba a luz, nem se apagam as velas, porque o seu cintilar pertence ás estrelas, e essas brilharão para sempre no firmamento da VIDA!



DÁDIDA de HUMILDADE

Dádivas de Vida
EMOÇÕES

Dia 22 de Julho de 2011!
- Hoje foi realmente um dia de EMOÇÕES!
Senti durante todo o dia, o meu corpo levezinho, uma vontade de ir, sem saber bem onde, mas tendo plena consciência que teria que PARTILHAR com muitos amigos, as EMOÇÕES que hoje vivi!
- Tenho tido realmente alguns dias de êxtase na minha vida, devido a mimos que Deus me deu, como dádiva merecida sem saber bem o porquê, mas na realidade eu tenho-os e são realmente meus, sinto-os, posso agarrá-los, apertá-los, mimá-los bem juntinho ao meu peito, e nesses momentos, o meu coração é enorme, quase não cabendo no seu espaço reduzido.
- Hoje foi mais um degrau alcançado, no percurso de luz na vida da minha PRINCESA!
- Como diria o meu pai: Foi mais uma "PORTA DE VIDA" que se abriu, para a sua passagem, foi mais um corredor estreito e difícil de percorrer, que chegou ao fim, para que pudesse abrir e fechar mais uma porta no seu percurso de vida.
- Sim é verdade! Estou realmente muito orgulhosa e feliz, mas ao mesmo tempo sinto o tal amargozinho na boca e as lágrimas a teimarem ofuscar-me o olhar! São realmente EMOÇÕES à flor da pele.
- Hoje mais uma vez, tive o privilégio de poder constatar, que a sabedoria, a determinação, a força de vontade, o atingir certos patamares a nivél profissional, não deu origem, nem nunca dará  a que a HUMILDADE seja posta em causa!
-  Já ouvi dizer, que até o Sol com a sua grandeza, é HUMILDE, pois esconde-se para dar lugar à LUA!
- A HUMILDADE é o fundamento de todas as virtudes!
- Há 27 anos que comecei a fornecer dados a uma "MEMÓRIA" em forma de Ser Humano, cuidando, aperfeiçoando, e procurando desviar pequenos vírus que pudessem existir ao redor,  hoje mais uma vez posso afirmar que os dados fornecidos ao longo de muitos anos estão todos lá, activos, seguros e muito bem guardados e porque não dizer personalizados e formatados!
- Hoje foi realmente mais um dia de EMOÇÕES!
- Hoje lembrei-me muitas vezes do meu pai, ele realmente continua a ser uma presença viva em mim, como sinonimo de Humildade, Humildade essa que me transmitiu, e eu do meu jeito consegui semear na minha seara de vida, uma DÁDIVA de HUMILDADE!









sexta-feira, 15 de julho de 2011

O SORRISO - "A SAUDADE de TI DÓI"


Sorrir! Sorrir! Sorrir!
O mais importante era o sorriso, o mais bonito e contagiante era realmente o sorriso!
Estou a falar de um amigo meu que partiu à um ano e meio atrás, todos os dias me recordo dele sempre com o mesmo carinho, mas curioso com tanta conversa séria que tivemos, recordo-o sempre a sorrir!
Porque será?
Penso que é, porque muito raramente ele não sorria!
Ele sorria sempre, nem que fosse com lágrimas nos olhos, mas continuava a sorrir!
Sorria para a vida de uma forma única, tinha sede de viver, por isso sorria, e todos os dias da minha vida por um motivo ou outro eu irei sempre continuar a vê-lo sorrir para mim!
- Ele foi o filho, foi o pai, foi o marido e  o amigo perfeito. Ele foi alguém que esteve entre nós e viveu a uma velocidade relâmpago, assim como muito rápida foi a sua partida tão triste e cheia de sofrimento, deixando uma dolorosa saudade para toda a vida, a todos os que tiveram o prazer de privar com ele.
Nasceu num berço de oiro, mas era aquele que se sentava à mesa do rico e à mesa do pobre, sem a mínima destrinça, mas sempre com o seu sorriso inigualável, sincero, amigo, mas sobretudo contagiante.
Um dia se nos voltar-mos a encontrar, sei que vai me esperar de mesa posta e farta, de braços abertos para me receber e sei que me vai abraçar SORRINDO!
Por isso em homenagem ao meu amigo Zé zé Marreiros quero continuar a distribuir sorrisos a quem se cruzar comigo na vida!
A SAUDADE de TI DÓI!
PS: Não poderia deixar de partilhar com vocês umas das musicas favoritas dele....MULHERES .....De Martinho da Villa

segunda-feira, 11 de julho de 2011

CONTRARIEDADES

   

Faça tudo para se sentir no sitio certo, esteja em SI PRÓPRIO!

Ás vezes damos por nós a pensar que vivemos uma vida de sacrificios e de contrariedades, coisas que não queriamos ter feito, mas por este ou aquele motivo, fomos levados a fazer, muitas vezes unicamente para agradar outros. Não como uma forma de submissão, mas para evitar situações mais delicadas, situações de ruina e desavença entre seres humanos!
-Vivemos em grupo, somos parte de uma sociedade e por isso muitas vezes temos que tomar estas atitudes, para não entrar em choque com os outros, ou simplesmente para agradar, deixando de nos agradar a nós proprios.
-Recordo-me uma vez, numa das consultas à minha psiquiatra que me acompanhou durante 20 anos da minha vida, lhe dizer que tudo na minha vida era um "frete", era uma contrariedade para mim, que estava a ser dificil conseguir suportar a minha atitude na vida em relação à minha vontade propria. A minha vontade seria não ir, ou simplesmente não fazer, mas passei anos a contrariar-me unicamente para agradar a outros.
Nessa consulta esta médica especialista que tão bem me conhece, e sabe ler as minhas emoções, perguntou-me se eu sabia a idade que tinha, e afirmou-me que eu não teria mais idade para fazer os tais "fretes", eu teria que pensar e começar a agir unicamente perante a minha vontade, e fazer apenas aquilo que essa propria vontade me indicava, começando aí a utilizar palavras que até então eu as evitava, muitas vezes para me proteger.
-Então a partir dessa altura eu comecei a pensar que iria deixar de fazer os tais "fretes", e começar a aprender a dizer NÃO, sempre que fosse essa a minha vontade!
-A sensação de contrariedade constante em nós, provoca uma forma de estar na vida que não tem nada a haver com a realidade da nossa propria vida, e sempre que estamos a fazer algo que não combina com aquilo que pensamos ou desejamos, estamos a beneficiar outros que muitas vezes não merecem a nossa contrariedade de sentimentos, emoções e ações!
Não estou a falar em vivermos isolados ou não procurar-mos o entendimento, isso é fundamental nas relações humanas, mas não devemos nunca de nos esquecer da nossa vontade propria e dos nossos proprios ideáis, só assim conseguiremos viver a nossa propria vida e nunca deixar que a nossa vida seja unicamente uma sombra na vida de outros.
Se o ser humano tem capacidade propria de pensar, agir e de decidir, a sua forma de vida tem que ser um reflexo de si proprio, e nunca vocé se deve submeter a reflexos de outros dos quais vocé discorda, unicamente para evitar contrariedades da parte de outros, e vivendo contrariado consigo proprio.
Sempre ouvi dizer que a nossa vida é uma passagem, por isso mesmo se nascemos com capacidade de propria de agir e decidir, sozinhos ou em grupo devemos tentar alcançar o entendimento desejado, mas nunca VIVER de CONTRARIDADES nesta breve passagem de vida.
Sejamos honestos connosco, tentemos conhecer as nossas proprias vontades, os nossos proprios ideáis, e nunca nos devemos esquecer que cada um de nós tem os seus pensamentos e formas de vida e é dentro de cada um de nós que devemos procurar a nossa propria identidade e estabilidade, ninguem consegue viver da identidade e estabilidade de outros!
-É por isso que nascemos dotados de capacidades mentais indiviuáis, apesar de vivermos em grupo cada um de nós é autonomo para a vida e não devemos nunca abafar os nossos ideais para beneficio de outros.
-Se tiver que dizer NÃO, diga!
A sua vontade unicamente vocé a pode entender e descodificar na sua mente ao longo da sua vida, por isso não se deixe confundir ou manipular, defenda-se, cada um de nós tem a sua vontade propria, e nunca deixe de agir conforme seu IDEAL!
Nunca dê vitórias a outros, ocultando as suas!
Não seja considerado uma sombra na vida de ninguem!
-Brilhe por si proprio, afinal todos temos a nossa propria LUZ!


O Som do Silêncio!



Simon and Garfunkel - The Sound of Silence
Tenho um amigo que vive completamente sózinho e isolado no campo, perto de uma Vila Alentejana. Sempre viveu assim, e ontem á conversa com ele percebi o quão infeliz ele se encontra, embora não queira admitir, pela solidão que vive e sobretudo não ter ninguém próximo para falar! Esta pessoa passa dias sem ouvir uma voz, e ás vezes até o próprio som do televisor o incomoda! Ele eatá resignado ao triste SOM DO SILÊNCIO!
-Há pessoas que têm uma vida muito agitada e por vezes têm necessidade de buscar um sitio calmo, mas isso é outra coisa, aí funciona como terapia!
-Há pessoas que procuram passar uns momentos junto ao mar, dizem que o mar os acalma e muitas vezes no silêncio, apenas ouvindo o bater das vagas, conseguem pôr ideias em ordem e tomar decisões!
- Eu pessoalmente não gosto do silêncio, gosto da cidade, do meio cosmopolita, de ver gente, de conversar, adoro conversar. Dou mais valor a uma boa conversa do que a um bom passeio no silêncio. O silêncio perturba-me muitas vezes, e tento fugir dele, mesmo em casa se estou só, tenho sempre um televisor, um rádio ou um leitor de cd`s a funcionar!
É evidente que todos nós precisamos de uns momentos de páz, de reflecção, mas isso nunca poderá dar direito a que se instale um silêncio ensurdecedor!
Ensurdecedor? Podem vocés questionar! É verdade quando o silêncio é profundo, todos os nossos medos e temores vêm á superficie em nós, o ambiente é apropriado para cultivar pensamentos mais profundos e normalmente sempre negativos. Se pensarem bem dificilmente conseguiriam viver sempre num silêncio que muitas vezes anceiam, mas se for em demasia é frustrante, negro e muito amargo!
-Os nossos sentidos reagem quase sempre conforme o ambiente fisico e sonoro que nos encontramos. Por exemplo se vocé ouvir uma balada pode emocionar-se, se ouvir uma musica com muito ritmo traz-lhe alguma adrenalina e muitas vezes até começa a dançar; mas se vocé viver constantemente no SILÊNCIO o vazio torna-se insuportavel, e a solidão pode matar!
-Por isso vá á rua, fale, brinque, discuta, se tiver necessidade pode chorar; mas evite ficar sozinho, no SOM DO SILÊNCIO!

O QUIM da MINHA INFANCIA!!!


Quim e Fátinha
- Temos a mesma idade, fomos criados juntos desde que nascemos, viviamos em frente um do outro, nunca me esqueci dele, nem ele se esqueceu de mim, mas perdemos o contacto na minha vinda para Aljezur, há 30 anos atrás.
- Há dias recebi um pedido de amizade numa rede social, reconheci de imediato o nome, mas atravéz das fotos, não foi fácil reconhecer a pessoa de imediato, os anos passaram, todos nos modificamos, realmente ele estava bem diferente, mas havia um detalhe que me fez reconhecer o meu amigo, ele tinha um pequeno espaço entre os dentes da frente, que eu nunca mais me havia lembrado, mas isso fez com que a minha memória se tornasse lucida e ele era realmente o amigo muito querido, que quis o destino nos tivessemos separado, mas finalmente ele me procurou e encontrou.
- Recordo-me das nossas brincadeiras de infancia, como se tivessem acontecido ontem, desde os célebres jogos da macaca, no meio da nossa rua, até ao meu triciculo pequenino e azul, que ganhei num Natal, e que fazia as delicias dele no enorme corredor da casa dos meus pais. Brincavamos dias inteiros, inventávamos histórias de pais e filhos, de médicos e doentes, e ao cair da noite, depois de jantar, os meus pais acompanhavam-nos ao Jardim da Estação dos Caminhos de Ferro, para continuarmos a dar azo ás nossas brincadeiras de criança. Escondiamo-nos atrás das árvores floridas, corriamos pelos cantos do jardim que tão bem conheciamos, e tão seguro era na altura, sentavamo-nos na beira do lago central passando horas na risota própria da nossa infancia, e saboreando um sorvete de baunilha e chocolate, pelo qual tinhamos esperado o dia inteiro.
- Ele apaixonou-se por mim, mas eu nunca lhe dei atenção nesse sentido, sempre vi nele o meu amigo das brincadeiras e momentos bem passados.
- Depois de aceitar o pedido de amizade que me enviou, mandei-lhe uma mensagem, para confirmar se era realmente ele, depois da confirmação positiva, trocamos numeros de telefone e combinamos o nosso primeiro encontro, para um almoço.
-Foi deveras emocionante, ele estava à minha espera na hora certa e no sitio combinado, cheguei, olhei ao redor, mas não o vi à primeira, quando ele se apercebeu que eu tinha chegado, saiu do seu transporte e ficou parado em frente ao mesmo, assim que o avistei, corri para ele de braços abertos, e foi no meio da praça que nos abraçamos e choramos 30 anos de saudade.
- Já nos encontramos duas vezes, e muitas mais hão-de vir, temos muitos assuntos para contar um ao outro, falamos das nossas vidas sem tabus nem restrições, afinal somos grandes amigos, apenas deixamos adormecer a nossa amizade durante três décadas, mas até parece que isso não aconteceu de ser tamanha a nossa cumplicidade.
-Há pessoas que passam na nossa vida, mas muitas vezes as esquecemos, penso que não foram suficientemente importantes para nós, mas existem aqueles que apesar dos anos de afastamento, continuam na nossa mente e no nosso coração, esses são realmente os amigos, aqueles que nos fazem bem, e este amigo que reencontrei, é um dos grandes, É o QUIM da MINHA INFANCIA!!!

sábado, 2 de julho de 2011

- Um CAMINHO Chamado VIH



M. D, conceituado cabeleireiro na sua terra natal, jovem, bonito, com um futuro promissor, um inicio de vida dedicada a uma arte que abraçou desde muito novo, e que o fez ser conhecido e procurado sobretudo por jovens, derivado à sua forma irreverente de cortar e pentear, era o que se chama um verdadeiro artista para todos aqueles que procuravam o trabalho das suas habilidosas mãos.
- M. D. era um homem de sucesso, mas também de luxos, de marcas, mas sobretudo de excessos, excessos esses que reafirmaram a sua condição de homosexual e fizeram com que entrasse num caminho negro, escuro, frágil, mas sobretudo de inglória e de vida desregrada que o levaria a perder o seu próprio controlo de homem e anular a sua dignidade de ser humano.
- M. D. trocou a sua carreira de flores  e de ribalta, por uma de espinhos e nódoas que o levariam a uma degradação sem volta nem retorno, acabando por ser apanhado pela peste do secXX / XXI e contraindo o vírus VIH ( Vírus de Imunodeficiência Humana) , o que veio torná-lo frágil, e com a continuação dos seus excessos desenvolveu-se e a doença encubada instalou-se.
- Os seus salões de trabalho foram encerrados. A degradação foi pico, os luxos deram lugar à carência, ao abandono por parte de muitos, á ruína física, económica e sobretudo psicológica.
- M. D. foi vitima de uma pneumonia, que pela  fragilidade do seu sistema imunitário,  o levou à morte num hospital Algarvio, com trinta e poucos anos.
- Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (SIDA), causado pelo desenvolvimento do vírus VIH, que pode ser contraído por sangue, sémen, secreção vaginal, fluido preseminal e leite materno,  fez com que, 25 milhões de pessoas já tivessem morrido no mundo com esta doença, e estima-se que 2,7 milhões sejam portadores do vírus assassino.
- Há poucos dias visitei o local exacto onde se encontram os restos mortais de M. D., o sorriso dos seus olhos na foto emocionou-me, afinal ele não era própriamente um desconhecido, M. D. era meu familiar.

PS: Apoio a pessoas infectadas com o vírus VIH  -  800225115  -  ( Confidencial )
- No espectacular filme Filadélfia, o ator TOM HANKS, encarna o papel de um doente com este problema de saúde, mostrando todas as  fases da doença, desde a contaminação, até ao desfecho final.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

PERDEU-SE !!!

Perdeu-se no tempo.
- Desviou caminhos de vida, escolheu pequenas vielas escuras, que lhe pareciam grandes avenidas iluminadas e emolduradas em árvores verdes e frondosas que floresciam na sua Primavera, e no seu imaginário, mas eram unicamente ilusões de vida irreal.
- Pensou que gritaria liberdade, do cimo de uma montanha e sorria ao sol pela manhã, e à lua ao anoitecer, mas enganou-se, não sorriu, e não tem descernimento da luz do dia e da luz noite, vive na penumbra do lado fosco da vida, do apagado momentaneo que insiste em não brilhar, está pálida, descrente, confusa e triste!
PERDEU-SE numa encruzilhada de pequenos trilhos, que não consegue identificar, e que dificilmente lhe darão acesso a encontrar a artéria maior nesta estrada corpo de vida confusa e perturbada, escura e sombria. PERDEU-SE!
- Trocou o certo, pelo incerto, que de tão incerto, nada é de certo, fugiu de uma rotina que a castigava e buscou um lado artificial de vida, que de tão irreal, nem o consegue alcançar, as suas estrelas, essas, não a guiam mais, apagaram-se aos seus olhos!
- Trocou amores de sangue por paixões de momento, ignorou a sua incensia de mulher e mãe em nome de valores banais com aromas e promessas subtís de falsidade que a cegaram, e lhe retiraram a razão que tinha em si, razão essa que foi fruto de uma vida que resolveu ignorar e omitir a si mesma!
PERDEU-SE, mas tem esperança de um dia se encontrar, voltar atras e fazer o caminho de regresso ao sitio de onde não deveria ter saido!
- PERDEU-SE, está escuro, as pedras estão soltas na calçada, tropeça a cada passo, mas tenho a certeza que ao fundo, um dia vislumbrará mais uma PORTA de VIDA e espero que ao alcançá-la, a abra, e o sol brilhe de novo.
- PERDEU-SE....encontra-se PERDIDA!
PS: Eu percebi amiga, espero que tu entendas:)

terça-feira, 7 de junho de 2011

CACHO de UVAS BRANCAS de SABONETE

-Tenho uns amigos muito queridos, que são a Inês e o Luís. São jovens e artesãos nos tempos livres, fazem peças maravilhosas em sabonete, de todas as cores e modelos, conforme a sua imaginação o permite, e fazem feiras semanais nos arredores de Lisboa, onde vendem os seus frágeis, lindos e perfumados objectos.
- Alguns anos atras, ofereceram-me um magnifico cacho de uvas brancas, feito pelas suas habilidosas mãos, adorei, achei lindo, a peça em si, mas sobretudo o facto de ter sido feita por eles próprios, com a finalidade de me vir a ser ofertada.
- Guardei-a com recato e carinho, como é meu hábito com tudo o que me dão, independente do valor material, na maior parte das vezes, as coisas simples são sempre as mais valiosas aos meus sentidos, talvez por isso a minha filha Ana me esteja constantemente a dizer que eu acomulo muita "tralha", mas ela bem sabe que cada peça dessa "tralha" tem uma história para mim, e todas as peças em conjunto fazem parte do meu espólio de vida, são realmente minhas.
-Hoje foi um diazinho complicado, foi um dia de "MEMÓRIAS" vividas, sentidas e lembradas. Uma grande amiga minha que considero há várias décadas como minha própria irmã, comemorou mais um ano de vida, e isso foi motivo para me deslocar a sua casa, onde ela ofereceu uma pequena festa apenas a amigas muito chegadas e especiais, mas durante todo o momento de confraternização eu estive sempre com um nó na garganta e as lágrimas a teimarem trair a minha postura, os meus olhos encontraram o famoso CACHO de UVAS BRANCAS  de SABONETE, sobre o movel da sua sala de jantar.
- Sempre ouvi dizer que quando se ama muito uma pessoa, e que por algum motivo, ou data festiva lhe queremos ofertar algo de muito especial, não deveremos comprar nada, mas oferecer sim, algo que tenhamos, que nos tenham oferecido, e que muito gostamos, mas apesar disso e por isso mesmo, devemos oferecer a alguém especial, aquilo que é muito especial para nós.
- Entendo por isto, que não nos separamos do objecto, mas atribuimos-lhe um valor incalculável, com a plena certeza que vai sair da minha posse, mas vai continuar na posse daquele que tanto amo, e quero demonstrar-lhe isso mesmo.
- E foi essa actitude que tive no dia que a minha Aninhas e o meu Zézé, fizeram 25 anos de casados, as chamadas "bodas de prata". Ela foi presenteada com um ramo de 25 rosas vermelhas, a ele....bem a ele, resolvi oferecer-lhe o tal CACHO de UVAS BRANCAS de SABONETE, feito pela mãos da Inês e do Luís. Achei que além do valor que tinha para mim, adaptava-se perfeitamente à data, tinha a haver com uvas, com vinho, com festa.
- Ele ficou feliz, e como sempre sorriu, como só ele sabia sorrir, tenho comigo uma foto desse momento inesquecivel, ela com as rosas, e ele com a prenda na mão sorrindo.
- O Zézé, já não se encontra entre nós, partiu em 13 de Dezembro de 2009.
- Desde que lhe ofereci o presente, muita coisa se alterou nas nossas vidas, eu sofri, ele partiu, mas o CACHO de UVAS PERFUMADAS continua lindo, intacto sobre o móvel da sua sala de jantar, onde ele o colocou, mas já não o pode ver, mas sei que ele sabe, que ele permanece lá, e que eu ao vê-lo, não poderia ficar indiferente a muitas "MEMÓRIAS", de amor, carinho, amizade, gratidão e sobretudo saudade e falta.
- É o pequeno grande sentido, das pequenas grandes coisas, e das pequenas grandes actitudes, que dão sentido à nossa VIDA!
:(((

segunda-feira, 16 de maio de 2011

- AFINAL QUE FIZ EU?

- Que fiz eu para merecer isto?
Criei, preservei, guardei com carinho, sorri, chorei, fui lá, cuidei e mimei, todos aqueles que têm lugar na minha vida.
- Hoje completo 49 anos de vida, sou o resultado da tal " SEMENTE de VIDA" que um dia alguém deixou cair com amor na tal "BAÍA de ÁGUA MORNA" repleta de "PÉTALAS de ROSA".
- Que fiz eu para merecer isto?
Dei de mim, a todos os que amo aquilo que sou, fiz PARTILHAS e CUMPLICIDADES, dividi dores minhas e partilhei dores de outros, como se minhas fossem, não julguei, mas ouvi, eu estive sempre ali ao lado, para quem precisou.
- Hoje os telefones não param de tocar, as mensagens são constantes, já me emocionei várias vezes, e outras tantas evitei as emoções, já cairam lágrimas de alegria, mas outras tantas de saudade e de "MEMÓRIAS" passadas e vividas.
- Já não tenho o meu pai, mas tenho o tal relógio Cauny que ele me ofereceu há 41 anos atras, ( Texto "UMA DOCE RELIQUIA" )  e ainda tenho algumas notas de cem escudos, iguais áquelas que ele me oferecia no dia do meu aniversário.
- Hoje é o meu aniversário! Hoje é aquele dia de festa sempre com um saborzinho amargo, dos efeitos e perdas na vida, mas tambem com o "CALORZINHO no CORAÇÃO" de todos aqueles que me amam e que não se esqueceram de mim!
- Que fiz eu para merecer tantas demonstrações de afeto?
- Simplesmente PARTILHEI!!!

sexta-feira, 13 de maio de 2011

SEMENTE de VIDA!!!

- Deixou cair num ventre macio, todo o seu amor e paixão, transformados num desejo que não ocultava, a semente que daria direito à vida, pela qual tanto ansiava.
- Caiu, num lago macio, como se de pétalas de rosa se tratasse, mergulhando no mais intimo de uma essência morna e translúcida, onde encontrou a parte que procurava numa busca desmedida e sem tamanho, fundiu-se nela, aconchegando-se e procurando o melhor recanto para poder germinar em tranquilidade e conforto, como que uma semente de pureza que encontrou o seu espaço fértil, numa terra rica, adubada e produtiva, onde iria desenvolver-se, tornando-se forte e sã, perante uma natureza que não iria exitar em contribuir para o milagre do seu desenvolvimento de vida.
- Pequenina, minúscula, indefesa, mas com uma vontade enorme de vingar, foi-se desenvolvendo, submersa numa baía de água morna, que lhe daria o direito de se estruturar, se modelar, adquirindo dia apôs dia as suas próprias defesas e formas que lhe iriam dar um direito que já estava adquirido.
- De pequenina e minúscula, foi ganhando peso, corpo e sentido,  fazendo-se notar de uma forma discreta, que ia acentuando com o passar dos dias e dos meses, passando a ser mais confiante, maior e ao mesmo tempo mais forte e sã, como estava prometido, pela vida, vida essa que já tinha, mas que espreitava a toda a hora.
- Viveu dias de ansiedade, mas muitos de felicidade numa paz de silencio e melodias de encanto, acarinhada constantemente por sentimentos e afectos, carregados de pureza, que sentia em forma de amor e carinho sem igual,  atingiu a sua plenitude, e estava pronta para mostrar ao mundo como tinha sido o resultado daquela semente que alguém deixou cair sobre pétalas de rosa numa BAÍA de ÁGUA MORNA.
- Na madrugada de 16 de Maio de 1962, pelas 00.30 horas nasceu!
- A SEMENTE já era EU!!!

quarta-feira, 11 de maio de 2011

O QUIM da MINHA INFANCIA!!!

- Temos a mesma idade, fomos criados juntos desde que nascemos, viviamos em frente um do outro, nunca me esqueci dele, nem ele se esqueceu de mim, mas perdemos o contacto na minha vinda para Aljezur, há 30 anos atrás.
- Há dias recebi um pedido de amizade numa rede social, reconheci de imediato o nome, mas atravéz das fotos, não foi fácil reconhecer a pessoa de imediato, os anos passaram, todos nos modificamos, realmente ele estava bem diferente, mas havia um detalhe que me fez reconhecer o meu amigo, ele tinha um pequeno espaço entre os dentes da frente, que eu nunca mais me havia lembrado, mas isso fez com que a minha memória se tornasse lucida e ele era realmente o amigo muito querido, que quis o destino nos tivessemos separado, mas finalmente ele me procurou e encontrou.
- Recordo-me das nossas brincadeiras de infancia, como se tivessem acontecido ontem, desde os célebres jogos da macaca, no meio da nossa rua, até ao meu triciculo pequenino e azul, que ganhei num Natal, e que fazia as delicias dele no enorme corredor da casa dos meus pais. Brincavamos dias inteiros, inventávamos histórias de pais e filhos, de médicos e doentes, e ao cair da noite, depois de jantar, os meus pais acompanhavam-nos ao Jardim da Estação dos Caminhos de Ferro, para continuarmos a dar azo ás nossas brincadeiras de criança. Escondiamo-nos atrás das árvores floridas, corriamos pelos cantos do jardim que tão bem conheciamos, e tão seguro era na altura, sentavamo-nos na beira do lago central passando horas na risota própria da nossa infancia, e saboreando um sorvete de baunilha e chocolate, pelo qual tinhamos esperado o dia inteiro.
- Ele apaixonou-se por mim, mas eu nunca lhe dei atenção nesse sentido, sempre vi nele o meu amigo das brincadeiras e momentos bem passados.
- Depois de aceitar o pedido de amizade que me enviou, mandei-lhe uma mensagem, para confirmar se era realmente ele, depois da confirmação positiva, trocamos numeros de telefone e combinamos o nosso primeiro encontro, para um almoço.
-Foi deveras emocionante, ele estava à minha espera na hora certa e no sitio combinado, cheguei, olhei ao redor, mas não o vi à primeira, quando ele se apercebeu que eu tinha chegado, saiu do seu transporte e ficou parado em frente ao mesmo, assim que o avistei, corri para ele de braços abertos, e foi no meio da praça que nos abraçamos e choramos 30 anos de saudade.
- Já nos encontramos duas vezes, e muitas mais hão-de vir, temos muitos assuntos para contar um ao outro, falamos das nossas vidas sem tabus nem restrições, afinal somos grandes amigos, apenas deixamos adormecer a nossa amizade durante três décadas, mas até parece que isso não aconteceu de ser tamanha a nossa cumplicidade.
-Há pessoas que passam na nossa vida, mas muitas vezes as esquecemos, penso que não foram suficientemente importantes para nós, mas existem aqueles que apesar dos anos de afastamento, continuam na nossa mente e no nosso coração, esses são realmente os amigos, aqueles que nos fazem bem, e este amigo que reencontrei, é um dos grandes, É o QUIM da MINHA INFANCIA!!!

terça-feira, 10 de maio de 2011

PERCURSO entre DUAS MOLDURAS!!!

-Aqui estou eu, num pequeno escritório que criei a partir de um dos quartos da minha casa. É realmente um escritório, mas encontra-se completamente atulhado de "MEMÓRIAS" preciosas que guardo com todo o carinho!
-São paredes cheias de estantes carregadas de livros, cadernos, fotos, pastas,  pequenas preciosidades que fazem parte do meu percurso, das minhas lembranças, das minhas lutas e suores, de momentos bem passados e vividos, e de outros também vividos, mas nem por isso tão bons, mas são realmente uma história da vida que vivi, e de todos os que dela fazem parte, ou simplesmente passaram pela minha vida.
- Podem não acreditar, mas guardo com toda a dedicação tudo o que marca, ou marcou o meu caminho, sou uma artista a guardar coisas que a minha filha Ana, agora considera desnecessarias, ou que simplesmente não interessam, mas sei que um dia as vais valorizar e gostar de eu as ter mantido.
-Estou a pensar nos primeiros desenhos dela do Jardim de Infancia, que são muitos,  todos têm uma história para contar, pelo menos para mim, ainda sou capaz de me recordar o significado de muitos deles, carregados de  uma ingenuidade própria de uma criança de quatro anos apenas, mas que eu na altura guardei com um amor incondicional de mãe, ciente que estes pequenos grandes trabalhos, fossem apenas os primeiros traços de um futuro que sempre ambicionei promissor para ela.
-Realmente, foram os primeiros traços a lápis de cor de muito  boa qualidade, bem diferentes dos que eu fiz na minha infancia com as pontas de lápis de cera da minha celebre latinha( podem consultar texto: "A MINHA LATINHA de LÁPIS de CERA ", mas seriam os primeiros traços de uma futura vida de estudo e sobretudo de muito trabalho e sacrificio da parte dela.
-A vida foi seguindo, a menina foi crescendo, e foram-se juntando as estes desenhos, os primeiros livros bem fininhos e cadernos de escola, os já bem diferentes da secundária, e os enormes e grossos livros da Universidade daquela menina que se foi fazendo mulher aos olhos do mundo, mas continuará sempre criança aos meus olhos de mãe.
-As estantes estão cheias, contam a história desde o celebre Jardim de Infancia, até uma Lusófona, numa terra  distante, onde tive receio de a deixar um dia, mas seria inevitável, não tive alternativa, tive realmente que me render à sua vontade e capacidade de voar.
-Na parede atrás da secretária coloquei uma moldura  grande com um desenho dos tempos da infancia, mas ao lado acabei de colocar outra igual, mas esta com o diploma final e gratificante, que ela recebeu com todo o mérito, mas achou por bem me oferecer! É como um PERCURSO de VIDA entre DUAS MOLDURAS!
- O mérito, o valor, a vontade, a luta e o diploma são dela, mas penso que ao me oferecer esta preciosidade, entendeu que eu  mesmo na retaguarda fui  e sou uma peça fundamental,  indispensável e bacilar  no seu PUZZLE de VIDA!
- Os ramos da nossa árvore podem por vezes serem fracos, mas compete-nos a nós, como árvore materna e protetora, dár-lhes força, segurá-los e acarinhá-los nos momentos de ventania,  mimá-los constantemente, nunca descuidando a ideia que são seres independentes, mas sabermos acompanhá-los na rectaguarda como suporte forte em todos os momentos das suas vidas!