Percorrendo um areal imenso de areia fininha e quente, sentindo os nos meus pés uma textura suave e aquecida, vou andando em busca de algo que soará sempre a uma surpresa aos meus sentidos, mas que na realidade é unicamente mais um passeio na minha praia de eleição, mais uma caminhada de rotina com a minha fiel amiga de quatro patas, Guidinha. A Praia da Amoreira é o que se pode chamar de um cenário paradisíaco permanentemente, mas muito especial ao cair da tarde.
-O rio é para mim um riacho de calma e paz, onde podemos as duas entrar na sua água cristalina e morna, com toda a tranquilidade e segurança, sempre num constante andamento, sem esquecer o objectivo de atingir o fim da praia e regressar no mesmo percurso, buscando no regresso as pegadas deixadas na ida.
-Entre saltos, pequenos mergulhos e mimos, vamos seguindo até se alcançar o rochedo maior, em forma de humano deitado (espetacular), é como um terminar de areal em grande estilo "ao mais alto nível" como diria o meu amigo Zé zé, que também fazia este percurso e adorava esta praia, e muitas vezes talvez por poder sentir um pouco mais a sua presença, e o seu ombro amigo, esta praia tem definitivamente um sabor mais doce, mais sentido, a mente fica muito mais lúcida e o discernimento de alguma preocupação torna-se muito mais claro e banal, talvez por influência de uma presença mental e de uma natureza arrebatadora aos meus sentidos.
-Na areia junto à rocha, o momento é de paragem temporária, a Guidinha, já velhota recarrega baterias para o regresso, e lá voltamos nós de volta, apanhando nas nossas pernas um rebentar de ondas pequeninas carregadas de uma espuma branca e perfumada, que nos transporta ao mais profundo de uma natureza que os nossos sentidos quase se tornam incapazes de captar num todo, de tão real e imensa que é, e por vezes sentimo-nos tão pequenos em relação a cenários como este que nos libertam a mente e lavam a alma!
-Nós, os humanos, precisamos de quando em vez, libertar de uma situação psicológica, ou simplesmente de banalidades e rotinas do dia a dia, vivemos a nossa vida num mundo de previlégios e cenários libertadores da alma, mas temos que os buscar por nós próprios, e este recanto resguardado com dunas, dando um ar selvagem e ao mesmo tempo privado a um extenso areal, que hoje é unicamente meu, é sem duvida um deslumbramento ao meus olhos e uma lufada de aromas perfumados de maresia, aos meus sentidos!
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