Desde o dia 12 de Outubro de 1982 que vivo em Aljezur!
-Desde essa altura mantive um estabelecimento aberto ao publico, mas o desgaste da vida, o cansaço, a falta de tempo livre para mim e para os outros que amo, e a alteração que tive na minha vida pessoal, começou a fazer-me pensar em encerrar a minha atividade.
Durante mais de um ano pensava todos os dias nessa situação, vivo sozinha na minha casa de Aljezur, como sabem tenho muitos amigos aqui, mas a minha familia e em especial a minha filha vivem em Portimão, e pouco ou nada tinha disponibilidade de tempo para eles.
Mas claro que não poderia encerrar a atividade e fechar a porta a qualquer momento, fiz alguns contatos, e consegui alguém interessado em me alugar o dito espaço comercial, mas ainda me mantinha um pouco indecisa, em tomar essa atitude, apesar de o desejar muito.
-Acontece, que no dia 27 de Setembro de 2010, pelas 22.00 horas o meu telefone tocou!
-Era o meu irmão Ricardo!
Assim que vi o numero dele, aquela hora da noite em que ele está sempre a trabalhar, achei muito estranho, e percebi logo antes de atender, que alguma coisa de muito grave teria acontecido!
O Ricardo é o meu irmão do meio e pai da minha sobrinha Patricia, e como ela tem uma profissão de risco, naquela pequena fração de segundos, imaginei que teria acontecido algo de mal com ela e estremeci!
Assim que atendi o telefone, antes que ele falasse alguma coisa perguntei-lhe logo se estava tudo bem com a minha sobrinha, ele respondeu que sim, mas tinha uma triste noticia a dar-me!
-A minha cunhada, esposa do meu irmão mais velho João, tinha acabado de falacer de enfarte agudo no miocárdio. Ela teria pedido as chaves do carro ao marido para se deslocar a uma igreja que frequentava, ele permaneceu no sofá a ver televisão na companhia de dois cães que têm casa, ela saiu, e fechou a porta, ao chegar á viatura, junto ao potão da moradia, nem chegou a entrar nela, caíu redonda no chão, e ali permaneceu já sem vida durante 20 minutos, porque foi esse o tempo que o meu irmão levou a abrir a porta para os animais irem á rua. Ao abri-la reparou que a viatura se encontrava estacionada no mesmo local, o que achou estranho, porque a sua esposa supostamente teria saido com ela. Aproximou-se do portão. e encontrou a sua esposa que lhe tinha pedido a chave do carro havia sencivelmente 20 minutos atras, morta ao lado da mesma. Chamou de imediato o inem, mas ela já não tinha nem um sopro de vida, o médico declarou o óbito no local!
Ela tinha acabado de completar 61 anos, era uma mulher muito bonita e muito bem cuidada, chamava-se Jovita, e partiu desta forma tão trágica deixando o meu irmão sozinho, com uma filha de 40 anos que tem um a psicose, e pouco ou nada sai de casa, esta minha sobrinha chama-se Elsa.
-Este triste acontecimento, na minha familia, foi a gota de água que me fez pensar um pouco mais na vida, e a partir desse dia comecei logo a tratar de tudo para encerrar o meu estabelecimento, e isso aconteceu 15 dias depois do falecimento da minha cunhada! Por coincidência encerrei a 12 de Outubro, precisamente 28 anos de pois de ter chegado a Aljezur!
-Cheguei realmente á conclusão que não vale a pena grandes sacrificios na vida, tinha pessoas a precisarem de mim, e eu estava a perder o meu tempo com um assunto que já me dizia muito pouco!
-Decisão tomada!
Hoje, consigo estar mais proximos dos meus, ajudar no que posso, e todas as noites falo longas conversas com a minha sobrinha Elsa, porque ela não fala com mais ninguém, a mãe era todo o seu amparo, mas partiu!
Temos sempre preocupação com o futuro, é normal, é proprio do ser humano, mas o dia de hoje é que conta, o dia de ontem já passou, e o amanhã é muito incerto!
Ás vezes é bom termos consciência do que andamos a fazer na vida, ocupadissimos com canseiras e grandes progetos de futuro, e esquecemo-nos daquilo que realmente é importante, os outros, os amigos e sobretudo a familia, no nosso dia-a-dia!
-Eu tive essa consciência!
Acho que tomei a OPÇÃO CERTA!
Opções dificeis de tomar, Fátima, mas com certeza que irão ter o seu retorno positivo. A vida é, todos os dias, um bocadinho difícil. Cabe a cada um ir contornando alguns obstáculos, não é? :)
ResponderEliminarBeijinho grande e, já ouviu isto vezes sem conta, tem uma filha que é uma jóia.
Abraço,
Ana Margalhos